sábado, 11 de fevereiro de 2012

Vivendo no mundo de Ripley



Assisti recentemente ao terceiro episódio da saga de Ripley, chamado ‘Ripley no Limite.’
O primeiro longa intitulado ‘O Talentoso Ripley’, foi protagonizado pelo então jovem e quase desconhecido ator americano Matt Damon (trilogia Bourne – Zona Verde – Onze Homens e um Segredo e suas continuações...), Jude Law (Inteligência Artificial – Alfie, o Sedutor) e Philip Seymour Hoffmam (Quero ficar com Polly – Missão Impossível III).
Foi uma produção digna de Hollywood, com maior notoriedade dos três títulos já rodados, filmada em 1999, por direção de Anthony Mighella (vencedor do Oscar por Jardineiro Fiel). O filme conta ainda com participações das brilhantes atrizes Gwyneth Paltrow e Cate Blanchett.


A segunda versão, filmada quatro anos depois, chamada ‘O Retorno do Talentoso Ripley’ contava com o reconhecido ator John Malkovich na pele de um Ripley mais maduro, porém sempre focado nas armações e situações nada comuns. Dirigido por Liliana Cavini, teve um clima mais de cinema europeu, contando com um elenco ‘enxuto’ financeiramente falando. O próprio filme é uma produção muito mais modesta.
Conta ainda com as participações de ator Dougray Scott (Hitman, Assassino 47 e Dark Water) e Ray Winstone (A Lenda de Beowulf – Rei Arthur – Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal).


A mais recente produção intitulada ‘Ripley no Limite’ de 2005 saiu pelas mãos do diretor Roger Spottiswood. Trás no papel de Tom Ripley o rosto quase desconhecido em terras tupiniquins do ator Barry Pepper (O resgate do Soldado Ryan – À Espera de um Milagre – Fomos Heróis). O título confirma o ar europeu do filme, tendo produção alemã, sendo rodado exclusivamente na Europa. Além de Pepper, podemos conferir a atuação do bom ator Willen Dafoe, no papel de um colecionador de arte americano.

O filme dá continuidade na história que originalmente foi lançada em livro pela escritora Patricia Highsmith, mas engana-se quem crê que as versões atuais sejam as únicas. Na verdade um primeiro filme foi lançado sob o titulo de ‘O Sol por Testemunha’ de 1960, estrelado pelo astro francês Alain Delon.

Embora esta produção de 2005 peque um pouco pela falta de primor na edição e por alguns ‘defeitos especiais’ (há uma cena de explosão de veículo num acidente que chega a ser pândega!), mas nem por isso a obra chega a ser um filme ruim.

Pra quem nunca assistiu aos outros filmes, segue um breve release.
Tom Ripley é um americano que sempre esteve fora do filão rico da sociedade. Ambicioso e sem escrúpulos, faz de tudo para se achegar aos mais altos escalões do poder e da fama. Nem que pra isso tenha que sujar suas mãos de sangue, fato esse que permeia sua vida desde sua adolescência. Assim rouba identidades dos mais afortunados, chegando a viver suas vidas por períodos grandes, vivendo numa verdadeira corda bamba com a justiça e a sociedade.

Engana-se quem o vê como um serial killer ou algo assim. Ripley, embora um tanto quanto descuidado, é um psicopata altamente talentoso, que usa de charme, dissimulação, e muita cara de pau para dar vida aos seus golpes e esconder seus segredos.

É alguém extremamente amoral, assassinando, roubando vidas; se valendo de flertes homossexuais (no primeiro filme), até um casamento apaixonado com quem se tornaria sua parceira perfeita, a Senhorita Blisson. Jovem e bem sucedida francesa que o ajuda em seus crimes somente pelo sabor da aventura.

Esse personagem literário criado originalmente em 1955, é alguém completamente ambientado nos valores de uma sociedade fútil e que se importa apenas com a aparência, sucesso financeiro e status social. Ripley não é diferente de muita gente bem real que encontramos no dia a dia, ou que conhecemos de manchetes criminais como as esposas assassinas de ganhadores de Mega Senas, ou como as belas adolescentes bem nascidas que matam pais com o auxilio dos namorados, simplesmente para afanar uma fortuna, que seria dela mesma com o passar dos anos.

Os Ripley do mundo real são resultado duma terra ambientada na negritude do ser humano avesso à Graça e à mudança de caráter que Cristo Jesus ensina. A série cinematográfica, ou a obra literária é recomendada como reflexão do mundo que vivemos, ou que criamos por conivência ou complacência, onde Renê Sena, ou o casal Von Histoffen são vitimas todos os dias numa realidade que mais parece ficção.
Quem dera!

Wendel Bernardes.

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