Poucos filmes baseados em fatos caem no esquecimento, não
será diferente com ‘O Discurso do Rei’ (The King’s Speech, 2010) de Tom
Hooper.
O premiado trabalho (ganhador de um Globo de Ouro, sete prêmios Bafta e quatro Oscars) conta a comovente história do britânico rei
George VI (Colin Firth) e de seus notáveis problemas em assumir o trono.
Eram tantas as situações em voga; a complicada política da Europa
com o crescimento de Stalin e Hitler, os escândalos de seu irmão mais velho e sua
dificuldade em manter-se no trono. Porém aparentemente o que mais amedrontava o
futuro monarca era a vergonha de sua gagueira.
A simples menção de falar em público e manter a
responsabilidade de inúmeros discursos e pronunciamentos, faziam-no tremer como
criança.
É nesse momento que entra na vida do rei Lionel Logue (Geofrey
Rush de Piratas do Caribe), um
terapeuta da fala nada convencional, que aos poucos lhe faz tanto assumir o
controle de seu medo, quanto mostra ao ascendente ao trono a importância de
coisas que a ele eram aparentemente fúteis, como por exemplo, o valor de uma
boa amizade.
O filme é emocionante e conta com atuações primorosas de
Helena Bonhan-Carter (Duquesa de York/Rainha Elisabeth), e Guy Pearce (Príncipe
de Gales/Rei Eduardo VIII), isso sem mencionar Rush que está impagável!
A reconstrução de arte é grandiosa e o modo como o filme é
conduzido, às vezes até com takes e áudios
originais, nos remetem ao Reino Unido dos anos trinta.
Como já disse o filme não trata de superação, mas de autocontrole.
Quem sabe acabar com os medos reais e entender as responsabilidades do peso da
coroa estivessem mesmo aquém das possibilidades até mesmo de Lionel, mas
controlar o medo, reger o ímpeto, acalmar os ânimos fez com que o agora rei
George VI, que secretamente invejava a eloquência de Hitler, mostrasse ao mundo
a real importância do poder das palavras.
Às vezes nos portamos como verdadeiros tolos quando buscamos
vencer inimigos bem mais fortes. Como o pássaro que enfrenta em vão o furacão,
ou o peixe que tenta domar as marés, mas algo de maior valor é conseguir dobrar
a si mesmo, manter seus medos, e, por conseguinte, seus fantasmas dominados.
A tarefa é tão ou mais difícil que a alternativa. A obra nos
mostra isso sensivelmente.
A bela atuação de Firth rendeu muitos elogios, inclusive da
verdadeira filha do rei George VI, a rainha Elisabeth, que se disse emocionada
com a leitura de Firth para seu pai.
Wendel Bernardes.
(Assista ao Trailler)
5 comentários:
Verdade, o medo nos paralisa e nos impede de ver e viver novas possibilidades.
Que o digam os reis!
Valeu, Ingrid!
KKKKKKKKKKKKKKKKKK.....
Ué, não me identifiquei!!!?
Quem é a 'anônima' mais conhecida desse Blog? kkkkkk
KKKKKKKKK....
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