sábado, 13 de outubro de 2012

Quando Falam os Reis...




Poucos filmes baseados em fatos caem no esquecimento, não será diferente com ‘O Discurso do Rei’ (The King’s Speech, 2010) de Tom Hooper.
O premiado trabalho (ganhador de um Globo de Ouro, sete prêmios Bafta e quatro Oscars) conta a comovente história do britânico rei George VI (Colin Firth) e de seus notáveis problemas em assumir o trono.

Eram tantas as situações em voga; a complicada política da Europa com o crescimento de Stalin e Hitler, os escândalos de seu irmão mais velho e sua dificuldade em manter-se no trono. Porém aparentemente o que mais amedrontava o futuro monarca era a vergonha de sua gagueira.
A simples menção de falar em público e manter a responsabilidade de inúmeros discursos e pronunciamentos, faziam-no tremer como criança.

É nesse momento que entra na vida do rei Lionel Logue (Geofrey Rush de Piratas do Caribe), um terapeuta da fala nada convencional, que aos poucos lhe faz tanto assumir o controle de seu medo, quanto mostra ao ascendente ao trono a importância de coisas que a ele eram aparentemente fúteis, como por exemplo, o valor de uma boa amizade.

O filme é emocionante e conta com atuações primorosas de Helena Bonhan-Carter (Duquesa de York/Rainha Elisabeth), e Guy Pearce (Príncipe de Gales/Rei Eduardo VIII), isso sem mencionar Rush que está impagável!
A reconstrução de arte é grandiosa e o modo como o filme é conduzido, às vezes até com takes e áudios originais, nos remetem ao Reino Unido dos anos trinta.

Como já disse o filme não trata de superação, mas de autocontrole. Quem sabe acabar com os medos reais e entender as responsabilidades do peso da coroa estivessem mesmo aquém das possibilidades até mesmo de Lionel, mas controlar o medo, reger o ímpeto, acalmar os ânimos fez com que o agora rei George VI, que secretamente invejava a eloquência de Hitler, mostrasse ao mundo a real importância do poder das palavras.

Às vezes nos portamos como verdadeiros tolos quando buscamos vencer inimigos bem mais fortes. Como o pássaro que enfrenta em vão o furacão, ou o peixe que tenta domar as marés, mas algo de maior valor é conseguir dobrar a si mesmo, manter seus medos, e, por conseguinte, seus fantasmas dominados.
A tarefa é tão ou mais difícil que a alternativa. A obra nos mostra isso sensivelmente.

A bela atuação de Firth rendeu muitos elogios, inclusive da verdadeira filha do rei George VI, a rainha Elisabeth, que se disse emocionada com a leitura de Firth para seu pai.

Wendel Bernardes.

(Assista ao Trailler)

5 comentários:

Anônimo disse...

Verdade, o medo nos paralisa e nos impede de ver e viver novas possibilidades.

Wendel Bernardes - Cinema Com Graça disse...

Que o digam os reis!
Valeu, Ingrid!

Anônimo disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKK.....
Ué, não me identifiquei!!!?

Wendel Bernardes - Cinema Com Graça disse...

Quem é a 'anônima' mais conhecida desse Blog? kkkkkk

Anônimo disse...

KKKKKKKKK....