sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A Batalha de Sempre...




Abusando deliciosamente de todos os clichês possíveis o diretor Peter Berg (de O Reino e Hancock) investe pesado em seu Battleship. O filme está entre os gêneros ação, ficção científica e cinema catástrofe amalgamado em ótimas cenas de guerra e algumas boas atuações que salvam a obra (que não possui um roteiro assim tão primoroso).

Imagine se de repente todos os sinais enviados da Terra ao espaço em busca de contato extraterrestre fosse respondido com uma visita repentina e hostil de seres aliens humanóides com tecnologia e poder avançadíssimos se comparados ao nosso. Esse tipo de notícia que parece até brincadeira do diretor Orson Welles (1915 - 1985) é a temática central do filme.

O horror dessa resposta ofensiva mistura-se na aventura da sobrevivência (explorada ao extremo em filmes como Independence Day, Guerra dos Mundos, Batalha em Los Angeles, etc.) e na mensagem otimista que Hollywood sempre visa passar da unidade do homem em meio ao caos e a um inimigo comum.

Personagens diversos mesclam-se num aprendizado contínuo nesse filme. O jovem que entra forçado na marinha por influência de seu irmão mais velho como última tábua de salvação e precisa provar a todos (e a si mesmo) que não é um inútil. Há também a abordagem antiga do preconceito americano com outras raças na pele de um jovem, porém competente comandante japonês que prova seu valor.
Ou ainda a redescoberta da vida na pele de um ex-combatente afundado em autocomiseração por ter sido afastado de seus serviços por conta de uma amputação severa.

Outra temática interessante abordada é a utilidade dos membros da terceira idade nessa guerra. Depois de toda a tecnologia de ponta a dispor do homem simplesmente falhar em vista do poder bélico inimigo, só resta agir quase às cegas, operando analogicamente com um navio de setenta anos, e com uma tripulação da mesma idade. Tudo passa a ser meio que um jogo de tabuleiro, daí o nome Battleship (Batalha Naval, do jogo da gigante Hasbro).

Embora temáticas utópicas tenham sido abordadas não é demais entender que mesmo difícil de realizar, o homem ainda precisa compreender que apenas esforços grandes podem fazer algumas diferenças. Quem sabe não na vida do planeta, mas na vida de cada ser, de cada individuo. Mudando a abordagem em coisas simples pra realizar aos poucos grandes coisas.

O filme serve mesmo como boa diversão ao lado de pipoca e guaraná sem grandes exigências, é relaxar e curtir. Mas reflexão é sempre bem vinda, seja em como agimos com nosso próximo, ou ainda o peso que damos às nossas prioridades.

Wendel Bernardes.

Assista ao Trailler

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