terça-feira, 24 de abril de 2012

O Preço do Tempo...



Como seria a sua vida se soubesse exatamente quanto tempo lhe resta? Literalmente??
Essa é a premissa do filme de ficção ‘O Preço do Amanhã’ (In Time).
A Terra vive uma nova realidade. A frase ‘tempo é dinheiro’ é levada ao pé da letra. Seres humanos nascem com relógios embutidos no braço onde cada segundo da vida é computado.
O dinheiro perdeu seu valor, o tempo que lhe resta, ou lhe sobra, define o quanto você tem, ou quem você é!

Nessa sociedade os humanos podem viver como imortais agregando centenas de anos em seus relógios braçais ou outros milhares de anos em seus cofres particulares.
Will Salas (Justin Timberlake) é um jovem que sofre justamente por ser da outra fatia da sociedade. Gente que trabalha em troca de tempo. Horas, minutos, segundos... o drama da vida é ver gente morrendo em cada esquina, simplesmente por terem seus tempos esgotados. Paradoxo mortal!

Nem tudo é tão diferente assim nessa era fictícia. As grandes corporações ainda detém o poder, governando a vida de gente comum. A aristocracia usa e abusa do tempo que roubam das vidas.
As financeiras e bancos emprestam tempo a juros cada vez mais altos e a polícia tem o dever de manter a ‘ordem’, ou seja; fazer as castas miseráveis continuarem à mercê da desgraça enquanto os grandes sugam suas vidas como parasitas.

Sylvia Weis (Amanda Seyfried) sabe muito bem como é viver assim já que nasceu em berço dourado. Herdeira da Corporação Weis, ela decide arriscar tudo se aliando ao louco Will que por conta das circunstâncias vive os momentos que lhe restam intensamente depois de perder quase que num mesmo momento sua mãe (Olivia Wilde de Tron; o Legado e Cowboys & Aliens) e seu melhor amigo (vivido por Johnny Galecki, o Leonard de Big Bang Theory).

Até que ponto somos livres para fazer nossos próprios destinos? Nossas escolhas são dirigidas por nossas vontades?
O que você faria se apenas lhe restassem alguns dias, ou mesmo horas?
O filme de 2011 é dirigido por Andrew Niccol (de o Senhor das Armas) e faz-nos refletir que, embora com pontos diferentes, vivemos numa sociedade que compra e vende a vida da mesma forma, a única diferença é que nosso ‘relógio da vida’ está oculto, invisivel.

Cada escolha, cada passo conta para determinar o quanto podemos e queremos viver... E viver em abundância de vida e intensidade.
A obra, embora recheada de clichês, promete deixar os fãs de ficção satisfeitos, mas não chega a empolgar tanto. Certamente não temos aqui um blockbuster, mas vale o tempo gasto na frente da TV principalmente se levarmos em conta a reflexão sobre a vida, nossas realidades e os caminhos que trilhamos.
Quanto tempo lhe resta?
Viva!!!

Wendel Bernardes.

7 comentários:

Regina Farias disse...

Aquela cena do encontro do filho e da mãe é chocante e remete à ideia de que não podemos delegar nosso tempo a ninguém. Cada um tem o seu...

Wendel Bernardes - Cinema Com Graça disse...

E que se deve viver intensamente cada segundo, pois as perdas em certas circunstâncias são inevitáveis!

Regina Farias disse...

...E que as angústias e crises existenciais são as mesmas em qualquer época. Sempre havendo os mesmos personagens que compõem a sociedade, as mesmas injustiças sociais, os mesmos desajustes.

Veja tb o guardião intolerante e perseguidor e seu subalterno mais na linha da compaixão.

Inclusive essa perseguição implacável que está mais para uma obsessão que beira a psicopatia, me lembra da obra de Vitor Hugo, Os Miseráveis, com versão de cinema, onde um policial neurótico, com as mesmas características desse tal 'guardião do tempo', se propôs a perseguir o Javert que havia roubado relíquias sagradas e mesmo tendo sido perdoado pelo padre, o cara continuou sua perseguição maluca.

Tem também o pai ganancioso que não abria mão de sua fortuna nem para resgatar a 'amada' filha.

E, por fim, mesmo sendo clichê, tem personagem que transforma sua dor e tragédia da perda da mãe e do amigo em bandeira.

Veja o detalhe em que ele, mesmo correndo contra o tempo, litralmente, entrega todo o tempo à garota, para ela distribuir com o povo sofrido que vivia em eterna correria.

Enfim, muito denso e reflexivo.

Gostei.

Wendel Bernardes - Cinema Com Graça disse...

Pois é...
esse último exemplo lembra de outro sacrifício de vida que literalmente entregou-se para que nossos relógios continuassem à bater!

Beijo, Rê!

Regina Farias disse...

Bela analogia vc faz no final.

Pois, afinal, este é o sentido da vida.

CORAÇÃO QUE PULSA disse...

Essa semana...fico mais VELHA...então....SEM COMENTÁRIOS...kkkkk
Em reflexão...Aff

Vou tentar falar:

Na época do HOJE...do AGORA...acho tão complicado "VIVER A VIDA". Antes, confiávamos nos amigos REAIS(não VIRTUAIS)...ríamos nas praças,nas ruas,nas festas,namorávamos,(conhecíamos o NAMORADO) sem nos preocuparmos com a ETIQUETA...com a SOCIEDADE...com a FAMA...com o FUTURO...com BANDIDOS.Rolávamos pelo chão...na areia da praia...NÃO TÍNHAMOS PRESSA.
O LAR...a FAMÍLIA...tinha BASE...era um ALICERCE SEGURO.
HOJE...COMO VIVER A VIDA?
Se TUDO é PROGRAMADO pelos NOOTBOOKS...CELULARES...IPADS...IPHONES...carros BLINDADOS...casas GRADEADAS...AMIZADES E AMORES VIRTUAIS. Ou simplesmente "FICADAS"..."FICO hoje...amanhã NÃO.
Eu...VIVO minha FAMÍLIA...Um LUGAR que ainda posso rir alto...rolar no chão...abraçar sem MEDO...AMAR de forma INCONDICIONAL...ter PROTEÇÃO...ser SINCERA. Quando é para DIVERTIR...tem os churrascos...as viagens incríveis...as piadas.Não sei...se terei de volta, a LIBERDADE DE viver lá FORA. De SONHAR...de AMAR...como ANTES.

Clélia.


Wendel Bernardes - Cinema Com Graça disse...

Oi Clélia....
Talvez seja exatamente isso que tenhamos que entender. Que nesse tempo é momento de vivermos com aqueles que podemos ser 'quem somos'!

lembra do que Jesus disse aos seus discípulos? "E vocês, quem dizem que eu Sou?"

Jesus se preocupava com o que os SEUS pensavam à Seu respeito! É momento de viver 'pra dentro'... quem sabe seja isso!?

E querida... FELICIDADES adiantado, viu?

Paz!