quarta-feira, 4 de abril de 2012

Num Novembro qualquer...



Estava me lembrando dum bom filme que assisti uns anos atrás, um drama chamado Doce Novembro (2001).

A jovem e bela Sarah (Charlize Theron) quer viver intensamente por isso decidiu que em sua independência e modo de pensar, deveria amar incessantemente. Por isso decidiu ter um amor a cada mês do ano.

E foi assim até conhecer Nelson (Keanu Reeves) um executivo bem sucedido que vive apenas para o trabalho a quem ela apelidou simplesmente de ‘Novembro’. Quase sem querer apaixonam-se e começam a desfrutar da beleza que é um relacionamento a dois quando se está amando.

Sarah decide contar-lhe sobre seus planos e de como pretende conduzir este relacionamento. Nelson, desconfiado e questionador cede, mas quer saber mais da menina que lhe encantou.

Aos poucos Sarah com seu jeito meigo e desprovido de regras (senão a sua própria) conquista Nelson, fazendo-o perceber que esta gastando muito de sua vida com coisas fúteis e passageiras. Logo, o jovem ‘workaholic’ começa a sentir o prazer que é viver mais intensamente ao lado de seu amor.

Mas, ao final do mês, Nelson apaixonado questiona os planos de Sarah. Não poderia terminar aquele relacionamento apenas porque as regras da moça determinavam assim... Depois de muito insistir, consultando amigos e percebendo o desapego da namorada em relação a sua família, notou que havia algo por detrás de tudo aquilo.

Sarah era portadora de uma doença fatal, que estava roubando-lhe a vida e ela por sua vez, e não fazia absolutamente nada para tentar mudar sua conduta de vida, ou pelo menos, para prolongar sua existência. Não consultava especialistas, não tratava os sintomas da doença... Apenas, tomava remédios que serviam mais como placebo para alguém que decidira morrer pouco a pouco.

Mas agora existia Nelson envolvido... O que fazer?

Esta é a realidade de muita gente hoje em dia. Decidem por seus próprios motivos viver uma vida louca, saltando de vagões em movimento, com revólver na fronte roletando a própria sorte nessa ‘decisão’ insana que flerta entre vida e morte.

Mas a morte não leva apenas quem decide assim viver, mas o faz também com os que estão a volta de quem decide tomar esse rumo. Família, amigos, entes queridos... todos são afligidos pela dor de perder quem amam, pois sabemos que a vida é o dom mais importante que Deus nos deu.

Embora pareça piegas ou démodé, a vida é apenas uma, e as circunstâncias que nela surgem, são em sua maioria para que saiamos dela mais fortes, mais robustos e sempre (de um ponto de vista, ou outro) vitoriosos!

O filme, que é uma refilmagem do clássico de 1968, trás mais perguntas aos questionamentos vários que temos em nossa vida. Claro que essa película não visa ‘elucidar’ absolutamente nada, mas trazer mais reflexão de como estamos vivendo e levando nossas relações de vida.
Claro que curtir a vida é válido sob muitas nuances e pontos de vista, mas será que vale o risco de perder tudo por causa dessa meta? Será que vale perder inclusive a própria vida nessa loucura de regra?

Vale pensar!

Wendel Bernardes

2 comentários:

Regina Farias disse...

Pois é, meu amigo.

Eu também vi esse filme algumas vezes, a primeira vez no cinema. E chorei em todas rss sou uma boba pra chorar :)

O irônico é que não apenas a doença física a estava matando. E ela nem atinava para o fato de estar sendo roubada duas vezes em sua vida ao fazer essa escolha desesperada.

O certo é que esses amores ocasionais matam muito mais gente por aí que se diz viva...

Filme triste e dramático, justamente porque quando ela começa a entender realmente o que é amar, começa uma cruel contagem regressiva.

Ah, e eu não sabia que era um clássico refilmado.

Valeu!

Anônimo disse...

Oi Rê...
Esses dias um amigo meu me disse que tem medo de só perceber o quanto ama apenas quando está na iminência da perda.

Somos muitas vezes assim, nos obliteramos com desculpas loucas para não viver, não lutar, não se deixar levar...

Aí vem a vida e mostra o fim...
Por isso, cada instante precisa ser sorvido e absorvido com graça e avidez!

Beijo, querida!

Wendel Bernardes