quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Quem estará "Sempre ao Seu Lado?"



A vida nos ensina tantas coisas. E podemos encontrar grandes mensagens nos lugares mais espantosos. Como num filme não rotulado como ‘cristão’, por exemplo.

Acabei de assistir ‘Sempre ao Seu Lado’, uma das mais recentes produções (2009) do ótimo diretor (sueco) de dramas Lasse Hallströn (Assistam também desse diretor o grande filme "Lugar para Recomeçar" com Jennifer Lopez, Robert Redford e Morgan Freeman). Tendo Richard Gere como protagonista, o filme, adaptado dum fato, conta a sensível e bela história do professor de música Parker (Gere), que um dia ao voltar duma viagem, encontra na estação de trem, um lindo filhote de cão da raça akita chamado ‘Hachi’. 

A afeição logo se fez entre os dois. Parker leva seu mais novo amigo pra casa e num desenrolar singelo, ao longo do tempo, a amizade entre cão e dono se estrutura e se desdobra num amor puro e na gratidão de quem ganhou um lar, ou de quem ganhou um amigo dentro desse mesmo lar.

Hachi passa a seguir seu dono, todos os dias até seu local de trabalho numa faculdade de música, e ao se despedir dele, volta à casa que o abrigou e ansiosamente aguarda até as 17:00, para de novo, ir a rua onde encontra seu dono e amigo.

Depois de alguns anos, e de muitas situações belas e comuns do cotidiano, Parker falece em uma sala de aula.
O cão alheio a tristeza do fato, volta ao lugar marcado para aguardar seu amigo como de costume. Até que alguém o busca, já à noitinha e é claro, não é Parker, mas seu genro.

Depois da tristeza daquela noite pra família, ficava a pergunta: o que fazer com o cão tão ligado a alguém que se foi?
Como que respondendo a questão Hachi toma seu rumo, ficando longos nove anos aguardando seu dono quase estático no mesmo lugar.
As pessoas que o viam, compadeciam-se do cão, pois sabiam de sua historia com Parker e da tristeza que agora habitava o peito do animal.

A viúva, que havia se mudado para fugir das lembranças tristes, ao final desses anos, consegue retornar à cidade, e pra sua completa surpresa, encontra Hachi, como um vigia, agora velho e fraco, ainda aguardando seu dono.
Ao desculpar-se com o cão volta a viver sua vida, agora com um neto que lhe tira um pouco da dor que sofrera.

O filme termina com a morte de Hachi, numa cena terna onde cão e dono se encontram depois de anos de espera, numa lembrança poética, porém improvável!

Assisti ao filme com meu Joshua e não pode ocultar meus sentimentos ao final da película, pois a mensagem que fica é;
Será que depois de tantos anos de vida, trabalho, criação de filhos (e netos pra alguns).
Depois de ter passado tantos momentos e tocado tantas vidas, minha própria pessoa teria sido assim tão importante ao ponto dalgum desavisado(a) aguardar-me voltar durante quase uma década?

A mensagem do filme, embora quase espiritualista, pode mostrar que as atitudes que tomamos NESTA VIDA podem fazer a diferença para as pessoas que AQUI ESTÃO.
Filhos, amigos, netos, cônjuges, igreja... o que essas pessoas sentem a meu respeito? Ou uma pergunta ainda melhor:
O que tenho feito para dar guarida, de uma forma ou de outra, a alguém que simplesmente passa por mim?
Seja esse alguém um ente querido, um desconhecido ou até mesmo... um cão!

Fui às lagrimas com esse filme e recomendo como mensagem de fundo e não necessariamente como filme em si (não gosto muito das atuações de Gere), e creio que é ‘um prato cheio’ para quem curte um bom drama baseados na vida real.

Aliás, o filme inspira-se na vida dum professor japonês, que numa estação de trem encontra um cão vira-latas que, como sua versão cinematográfica se chamava Hachi e aguardou seu dono voltar da morte por anos a fio. A morte desse senhor se deu nos anos de 1929 e o verdadeiro Hachi, o aguardou até o final dos anos trinta! Hoje, fizerem uma estatua em sua homenagem na estação de trem que fora encontrado e que passara seus primeiros e últimos dias de vida.
Bom filme e ótima reflexão a todos!

Wendel Bernardes.

4 comentários:

Anônimo disse...

Aurélio, me emocionei lendo o texto...assistindo...ai..ai..

Wendel Bernardes - Cinema Com Graça disse...

Sabia que você iria gostar!
Viu, estamos mudando os tópicos por conta da freguesia!
kkkkkkkkkkkk

Anônimo disse...

kkk...Já assistiu "Marley e Eu" ?

Wendel Bernardes - Cinema Com Graça disse...

Já sim, mas achei clichê demais... então....
kkkkkk