quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O Mundo Pelo Olhar de Uma Criança (Pollyanna)



Acordei essa manhã, e como sempre faço, procurei por um bom filme para me acompanhar enquanto cuidava de meus afazeres matinais. O filme de hoje foi uma grata surpresa, trata-se de Pollyanna, uma produção infantil da Disney do início da década de 60, dirigido por David Swift.

Confesso que não pude assistir ao filme completamente, pois meus horários impediam tal feito, mas o trecho que assisti foi demasiadamente inspirador, tanto que me trouxe até aqui pra compartilhá-lo com vocês.

Pollyanna é uma menina de 10/12 anos, órfã, porém portadora de um espírito feliz e contagiante. Foi morar com a tia Polly começando, pouco a pouco a contaminar os lúgubres seres a sua volta com seu jeito positivo e alegre de ver a vida.

Freqüentavam uma igreja protestante, onde o pastor, figura séria e muito rígida, pregava a Palavra com tom austero, dramático, duro, ameaçador... A platéia era contagiada pela severidade que esse homem fazia seus sermões. O medo da morte, o pecado latente e o inferno eram figuras cativas em suas metáforas terroristas. A congregação permanecia estática, porém, seus olhares esbugalhados e a sudorese constante demonstravam o cenário dantesco que se fazia nas mentes a partir daquela pregação.

Depois o ‘culto’, todos em seus lares, confabulavam sobre o sermão e o medo de retornar no domingo e assistir nova sentença de morte em mais uma explanação das Escrituras.

Um dia a pequena Pollyanna, conduzida ao campo por um pedido de sua tia (deveria entregar um recado ao pastor), encontrara o pregador ensaiando seus versos de terror ao ar livre. Senta-se num tronco, e depois de minutos é notada pelo pastor. Ao entregar o recado da tia, a menina tomada pela audácia natural das crianças, pergunta ao homem se poderia ajudá-lo com seu próximo sermão.

Seu falecido pai era pastor, e como tal, também era homem preocupado com seu rebanho e como esse último, também usava das táticas erradas para ‘mostrar o caminho da redenção’. Até que um dia entendeu que a Bíblia possuía textos que falavam de alegria, amor, felicidade e que o próprio Deus era o gerador desses sentimentos.

O pastor, tocado pelo testemunho de vida da menina e seu falecido pai, cai em si entendendo que ser portador de “Boas Novas” é bem diferente que coagir, amedrontar e aterrorizar. Ali mesmo, no campo onde ensaiava seu sermão, prostrou-se ao chão pedindo perdão ao Pai.

No próximo domingo, reuniu a congregação e deu seu ultimato; “agora falaremos dos 826 textos alegres da Bíblia... lerei um a cada domingo e isso levará 16 anos...” a congregação não poderia acreditar naquelas palavras, o sorriso tomou conta do lugar e até um inesperado aplauso encheu aquele templo de uma alegria que há muito não visitava aquele salão.

Encurtou o sermão, e com felicidade no rosto, liberou a congregação para aproveitar o dia. E não apenas isso, convidou-os a ir a uma festa local para dançar, brincar, e viver a vida que Deus lhes dera.


Sabe, a cada dia fico mais alegre em ver como Deus tem falado e usado muitos meios como veículos de Sua Palavra, fazendo de profetas a atores, diretores, roteiristas (e pasmem) blogueiros.

O filme (que torno a dizer, não vi até o final) não encerra a discussão sobre o tema, na verdade penso que ele nem teve a pretensão de fazê-lo, mas nos mostra que em muitos momentos, temos ótimas intenções, mas o fazemos com o veículo errado.

Seja servindo a Deus como um pastor, ou simplesmente vivendo a vida como cada um de nós, o que nos resta é enxergar que tudo pode ser visto com uma lente mais tênue, com olhar mais feliz, deixando a alegria brotar em nossos corações.

Wendel Bernardes.

2 comentários:

René disse...

Na verdade, Wendel, o Evangelho não é terrorismo. Jesus nunca coagiu ninguém a aceitar Suas palavras. Todas as vezes que Ele falou de inferno (e falou muitas vezes), foi para indicar que só há dois caminhos em relação à eternidade e que cabe a cada um escolher o seu aqui nesta vida. Sem terrorismo.

Não vi esse filme, mas parece se tratar disso, não?

Abração, continue na Paz, e parabéns pela iniciativa de fazer este blog!

Anônimo disse...

Pois é René,
a proposta de Jesus nunca foi assustar ninguém. Embora tivesse falado de inferno diversas vezes, Ele demonstrou que o Amor seria a melhor alternativa, e o filme se trata disso.... enxergar a vida sobre o prisma do Amor, e no nosso caso, Amor Divino!

Valeu querido!

(Wendel Bernardes - Cinema Com Graça - Deslogado...rsrsrs)