terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Minority Report a Nova Lei.



O mega cineasta americano Steven Spielberg lançou em 2002 o sucesso de bilheteria Minority Report, a Nova Lei. Um longa que misturava na medida certa drama, policial e suspense num cenário futurista que fez com que o filme fosse catalogado como ‘ficção científica’.

Num futuro não muito distante, uma instituição foi criada e disseminada como se fora a solução do crime nos Estados Unidos da América. Tratava-se da ‘Pré-Crime’. Munida de recursos tecnológicos inigualáveis, de muito know how corporativo e de boa dose de presunção, a instituição queria definitivamente solucionar o problema do crime ‘comum’ arrancando o ‘mal pela raiz’. Valia-se pra isso dos chamados “PréCogs”. Três jovens com dons precognitivos ou mediúnicos que anteviam as possibilidades dos crimes horas antes de seus acontecimentos. Sendo assim o ‘criminoso’ era preso, julgado e sentenciado sem mesmo ter cometido crime algum.

Depois de algum tempo de operação o poder da ‘Pré-Crime’ chegou ao seu ápsie e os chamados ‘crimes comuns’ (assassinatos) foram drasticamente reduzidos a quase zero. A instituição tinha aprovação total da sociedade e grande aceitação no mundo civilizado.

Por causa dum drama pessoal John Anderton (Tom Cruise) passou não só a cerrar fileiras na ‘Pré-Crime’, mas também passou a ser o principal articulador operacional, ficando abaixo em hierarquia apenas do diretor veterano e criador da concepção da instituição Lamar Burgess (vivido brilhantemente pelo ator Max Von Sydow).

O personagem de Tom vive o drama do desaparecimento de seu filho único Sean, por conta disso, tornou-se viciado em drogas, viu seu casamento ruir e passa seus poucos momentos livres assistindo vídeos de seu passado recente onde seu filho e esposa vivem uma vida linda e feliz ao lado dele. Embora as cenas irradiem amor, John tortura-se em dor, remorso e muita depressão por ter sido o pivô do desaparecimento do filho.

A solução que John encontrou foi afundar-se na instituição até a alma, acreditando em suas bases e vivendo nela tentando vingar o drama de sua própria vida, quem sabe, exorcizar seus próprios demônios ajudando ao próximo.

O filme mostra uma realidade dura e cruel da vida real, mesmo se tratando de uma obra fictícia. As instituições estão nos quatro cantos do mundo vendendo ilusões e criando utopias gerando prosélitos que bebem de suas águas ‘bentas’ e ‘fluidificadas’ por pura dor e desejo de serem livres de suas dores de vida.

As ‘denominações cristãs’ são um bom exemplo disso. Enganam-se quem pensa que fazer parte do rol de membros, freqüentar eventos sociais e manter-se atento aos cultos e missas dará liberdade ao espírito.

Essas instituições pregam sonhos de perfeição e visões herméticas onde o erro, o pecado ou o ‘crime’ não podem entrar (como se isso fosse possível na vida real), invalidando assim a possibilidade de cura, pois só quando abrimos o coração para a Verdade é que conseguimos caminhar na direção dos acertos.

O filme ainda trás ótima atuação de Colin Farrell que na época, começava a consolidar a carreira em Hollywood. Minority Report é uma grande produção, cujo orçamento inicial ficou em 120 milhões de dólares. O mesmo tem uma fotografia primorosa e foi indicado ao prêmio da Academia por melhor efeito sonoro. O elenco de apoio dá um grande suporte ao filme onde se destacam Neal McDonough, rosto conhecido por aqui na série televisiva Desperate Housewives e da atriz Samantha Morton que vive (muito bem) a PreCog Agatha.

A película é uma boa reprise e nos alerta pra algo importante; ‘nem sempre aquilo que reluz é ouro’, ainda que tenha belo contorno e uma grande reputação. Lembra também mesmo sem querer, que o alívio da dor e da culpa pode ser sanado Naquele que sentiu toda a dor de ser gente: Jesus!

Wendel Bernardes.












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