Dizem que a fé
é algo inabalável... será?
Corrine Walker
(Vera Farmiga) é uma jovem americana comum, nascida numa família aparentemente ‘normal’, até que ao participar de uma
EBF na igreja cristã de sua comunidade, é convidada a ‘aceitar a Jesus’ em seu coração. Apenas aquele gesto - promete o
pastor - lhe dará vida eterna e a fará a criança mais feliz da Terra!
Sinceramente Corrine
continua se sentindo uma jovem ‘normal’.
E cá entre nós, vive também seus dramas. Pouco a pouco começa a se distanciar
dessa realidade pregada pelo seu pastor, até que conhece o jovem Ethan Miller
(Joshua Leornard), um integrante de uma famosa banda de rock local. A empatia é
imediata. Ele é idealista e quer boas letras para sua banda, ela, adora
literatura e topa escrever as letras para Os
Renegados. Lógico que eles se completavam ainda mais. Faltou pouco para se
relacionarem e estarem perdidos de amor.
Um dia, em
pequena turnê, um acidente com o ônibus da banda põe em grande risco a vida de
todos os integrantes e da família (nessa altura da vida, mesmo adolescentes, já
estão casados e têm uma filha ainda bebê). Ao saírem ilesos do terrível acidente, Ethan
começa a ter a impressão de que apenas um milagre poderia tê-los salvo.
A partir daí a
vida deles torna-se um intensivo nas práticas religiosas. Mudam-se para uma
comunidade cristã onde se relacionam apenas entre membros da igreja, cantam,
oram e lêem a bíblia e dela se alimentam tão somente.
Mas Corrine,
embora muito ligada à fé a aos seus fundamentos, sente que há alguma coisa
ausente em sua vida.
O filme narra
muitos acontecimentos que vão fundo no dia a dia das comunidades religiosas
protestantes. Ritos, ideologia, proibições, filosofia. Cada cena parece ter
sido vivida realmente por alguém. De fato, o filme foi inspirado no livro
chamado "Este Mundo das Trevas"
de Carolyn S. Briggs. A atriz Vera Farmiga atua brilhantemente e dirige esse
bom filme alternativo que mostra a busca de alguém que, na verdade, apenas deseja
respostas pra questionamentos internos e que nunca se cansa de fazer a
pergunta: ‘mas porque’?
Confesso que
me identifiquei muito com os personagens principais da película. Eu me sentia uma
mistura de Ethan que, apaixonado por tocar sua guitarra e compor para Jesus, sacrificava
a tudo, inclusive sua família e até o bom senso. E às vezes me sentia como Corrine
que questionava a sinceridade de tudo e a verdade contida em ritos e proibições.
Identifiquei-me
com sua paixão pela leitura, pelo conhecimento (em todas as esferas) e por querer
tanto mais de Deus em verdade, quanto mais do que o homem pode produzir de bom.
Quem sabe a busca
não era justamente para tentar encontrar, não o deus pregado pelas religiões,
mas aquele Ser que faz parte de cada um de nós. Que nos criou e que nos ama
independente do que os homens pregam.
O filme, por
ser alternativo, não foi para as telas de cinema, mas pode ser encontrado para
compra aqui . Caso você possua TV a cabo, está sendo televisionado pelo Canal Max (entre em contato com sua operadora).
Mas se não se enquadra
em nenhuma dessas opções acima, pode assisti-lo aqui.
O filme ainda
tem uma bela trilha sonora de músicas góspeis clássicas, com pegada meio country meio rock
acústico.
Confesso que
as últimas cenas me levaram as lágrimas. Assista ao filme e sinta-se na pele de
alguém que lançou tudo para buscar a Deus, quem sabe essa também é sua
história!?
Wendel Bernardes.
Trailler