sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Um Bom Ano.

Que sou fã de Ridley Scott e das suas produções de ação e suspense não é novidade alguma. Mas quando assisti ao filme Um Bom Ano (A Good Year, 2006) realmente me surpreendi.


O enredo do filme conta a história do workaholic Max Skinner (Russel Crowe), homem de negócios que mal tem condições para gerir a própria vida a não ser no que tenha relação com seu trabalho, que alias custa cada segundo de seu tempo. Mas a vida nem sempre foi assim. Quando criança Max teve contato com seu tio Henry (Albert Finney), dono de uma vinícola familiar numa certa região bucólica da França.

A vida, preparando mais uma de suas reviravoltas, atinge Max com a notícia do falecimento de seu amado tio. E como ele é seu único herdeiro, deixa temporariamente seu trabalho alucinante para ver as terras e saber o quanto pode lucrar com elas, já que não tem a mínima intenção de seguir os negócios da família.

Tudo o que Max queria era sair logo dali, pois as recordações o remetiam a um menino ‘fraco’, diferente do homem forte e auto-suficiente de hoje, mas aos poucos ele é pego pelos detalhes das lembranças e até a iminência de um antigo amor ressurgir, pode fazer tudo mudar em sua vida.

A obra é de uma condução primorosa. Scott tem a mesma paixão fazendo mega filmes de ação, quanto sensibilidade para lançar um filme com a doçura e a perícia de enxergar que cinema romântico não se faz apenas com os vários clichês que o envolvem. E Russel Crowe, provando mais uma vez que é bem mais versátil que o ator que apenas veste farda, ou armadura, mostrando seu lado cômico em muitas cenas, mas também abusa da arte de interpretar nas cenas mais dramáticas.

A obra infelizmente não está entre as mais conhecidas do grande público. Só pra se ter idéia, sua exibição em salas brasileiras vendeu apenas pouco mais que 95.000 ingressos (que pra um filme de Scott é quase um fiasco). Mas não por conta de seu conteúdo. O filme é apaixonante e destaco também a fotografia primorosa (as locações são lindíssimas) e as atuações da atriz francesa Marion Cotillard (Contágio) e de Albert Finney (de O Legado Bourne, Traffic e Doze Homens e Outro Segredo).

Quando somos lançados pelas circunstâncias nas mais diversas (e às vezes adversas) situações, cremos que a resposta mais rápida para simplesmente nos livrar daquela peça que o destino nos causou é apenas dizer; ‘não’!
Mas mesmo assim, a vida nos ensina que quando somos levados a enxergar com olhos mais amplos, às vezes até com um empurrãozinho, tudo não passava de uma ótima oportunidade pra sermos felizes.
Curta o filme e aventure-se a dizer ‘sim’ mais vezes!

Wendel Bernardes.

 (Trailer Original em Inglês, sem legendas ou dublagem)

2 comentários:

CORAÇÃO QUE PULSA disse...

"Mas mesmo assim, a vida nos ensina que quando somos levados a enxergar com olhos mais amplos, às vezes até com um empurrãozinho, tudo não passava de uma ótima oportunidade pra sermos felizes".

Lindo demais isso...
Agora sim...começamos ver um lado mais romântico. kkkk

Um grande abraço...

Wendel Bernardes - Cinema Com Graça disse...

Bom, confesso que esse filme me surpreendeu. Pelo texto você percebeu que curti, né?
Acho legal a capacidade do Russel Crowe, mesmo com todo aquele potencial pra filmes de ação e tal... E ainda assim faz atuações nobres como nesse filme.

Que bom que você gostou! Tá vendo, estamos nos dobrando ao gosto das freguesas!
kkkkkkkkk